RAKEL CAMINHA
Rakel Caminha é uma artista manauara e suas criações falam sobre questões sociais, ecológicas e pertinentes ao universo feminino e é dela a arte da capa do single Hutukara, da banda amazonense Marambaya, que abriu a plenária na qual participou. Hutukara significa “a parte do céu da qual nasceu a terra” e exprime uma parte da cosmovisão dos povos da floresta. “Hutukara é como se fosse um corpo onde todo mundo vive, não existe o ‘fora’ – tudo é troca, e precisamos trocar com a natureza. Da mesma forma, a Amazônia é reflexo do que são as pessoas que vivem nela, as várias culturas interligadas, ao mesmo tempo que ela é global”, explica a artista.
MARCELA BONFIM E A AMAZÔNIA NEGRA
Marcela atua como fotógrafa e artista visual em Porto Velho, Rondônia. Mulher negra, dedica-se ao projeto (Re)conhecendo a Amazônia Negra: povos, costumes e influências negras na floresta, no campo da antropologia visual, que versa sobre a constituição e memória da população negra brasileira na região amazônica. Explica que, antes de chegar a Rondônia, em 2010, seu imaginário sobre a Amazônia se restringia à “natureza selvagem, ao índio, ao nada”. No entanto, segundo ela, foi na Amazônia que iniciou um processo de tomada de consciência sobre a própria identidade.
ERYK ROCHA E GABRIELA CARNEIRO DA CUNHA
Diretores e produtores do filme “A Queda do Céu”, uma obra inspirada livremente no livro homônimo do xamã Davi Kopenawa Yanomami e e do antropólogo francês Bruce Albert. O foco do longa, ainda em fase de edição, é a terceira parte do livro, em que o xamã toma o lugar do antropólogo e diz o que pensa sobre os não-indígenas e sua sociedade.
As falas captadas de Davi Kopenawa e Salomé Yanomami soam como diagnóstico, alerta e convite. Para que voltemos nossas atenções às doenças que são trazidas e são criadas a partir da relação predatória com a natureza e para um outro modo possível de proceder.
BRUS RUBIO
Descendente dos povos originais Huitoto e Bora da Amazônia peruana. Sua arte busca retratar a conexão do homem com a natureza. Seu trabalho, de uma alegria cósmica, tem inspiração no seu imaginário, história e ancestralidade. Algumas de suas obras foram exibidas durante a 5ª plenária de Uma Concertação pela Amazônia.
PAULA SAMPAIO
Nasceu em Belo Horizonte. Foi ainda menina para a Amazônia com sua família, e em 1982 escolheu viver e trabalhar em Belém (PA). Durante o curso de Comunicação Social (UFPa), descobriu a fotografia e optou pelo fotojornalismo para retratar o cotidiano de trabalhadores, em sua maioria migrantes, que vivem às margens dos grandes projetos de exploração e em estradas na Amazônia, principalmente nas rodovias Belém-Brasília e Transamazônica. Em seu percurso também recolhe sonhos e histórias de vida das pessoas com as quais se encontra nesses caminhos.
RAKEL CAMINHA
Rakel Caminha é uma artista manauara e suas criações falam sobre questões sociais, ecológicas e pertinentes ao universo feminino. Ela esteve conosco na plenária de abril e suas artes voltaram a compor a plenária de setembro.
CHERMIE FERREIRA, KAMBÔ, PAULA SAMPAIO, RAKEL CAMINHA E RUI MACHADO
Cinco artistas contribuíram para compor a identidade visual da Concertação em outubro e novembro: CHERMIE FERREIRA, artista plástica descendente do povo Kokama, que busca incorporar sua origem indígena aos seus trabalhos; KAMBÔ, artista visual que mistura cultura tradicional com tecnologia e apresenta em seu trabalho uma imersão pelas diferentes regiões amazônicas; PAULA SAMPAIO, fotojornalista idealizadora do Rotas que retrata este corpo amazônico, com olhar sensível sobre o cotidiano dos trabalhadores que vivem às margens dos grandes projetos de exploração e das estradas da Amazônia; RAKEL CAMINHA, artista cujas criações falam sobre questões sociais, ecológicas e pertinentes ao universo feminino na Amazônia; e RUI MACHADO, pintor, compositor e poeta, que vê na Concertação uma oportunidade do Brasil descobrir o Brasil.
DENILSON BANIWA
Em dezembro, a identidade visual da Concertação se baseou na série Ficções Coloniais (ou finjam que não estou aqui), do artista-jaguar Denilson Baniwa, da nação Baniwa. Natural do Rio Negro, interior do Amazonas, Denilson expressa em seus trabalhos a vivência enquanto Ser indígena do tempo presente, mesclando referências tradicionais e contemporâneas indígenas e se apropriando de ícones ocidentais para comunicar o pensamento e a luta dos povos originários em diversos suportes e linguagens, como canvas, instalações, meios digitais e performances.
RAIZ CAMPOS
“Meu nome é Rai, sou conhecido na cena artística como Raiz, sou um sonhador, mas sou um grafiteiro também, utilizo dessa técnica para expressar minhas ideias”. É assim que se apresenta Raiz Campos, o artista que inspira a identidade visual da Concertação em fevereiro. Nascido na Bahia, Rai Campos Lucena mudou-se com o pai aos três meses de vida para a Vila Pitinga, na Reserva Waimiri Atroari, interior do Amazonas. Decidiu que seria artista ao ver uma revista com grafites e nunca mais parou. Seu trabalho já circulou por diversas cidades brasileiras, sobretudo Manaus, onde estuda artes visuais na Universidade Federal do Amazonas. Sua obra é totalmente inspirada na Amazônia, fonte de inspiração infinita.
ANTÔNIO II
Com apenas 12 anos, o amazonense Antônio II já é considerado um grande artista. Começou a pintar aos quatro anos, quando conheceu o universo do Festival de Parintins e descobriu seu dom para desenhar. O garoto tem na natureza uma de suas principais inspirações. Segundo ele, suas influências advêm da “natureza, a relação do homem com a Amazônia, questões sociais, a Semana de Arte Moderna de 22, movimentos musicais, como o tropicalismo e outros músicos, cantores e compositores”. Utilizando giz de cera, tinta acrílica, óleo e lápis de cor em suas criações, Antônio é o artista que inspira a identidade visual das redes da Concertação em abril e maio.