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The Amazon and the 2022 Elections: Health and Economy
On May 16th, the 3rd 2022 meeting of the Concertation was held, and, for the first time, it was organized in a hybrid way, with direct broadcasting from Manaus. On this occasion, the subject was Health and Economy and is part of the year's program schedule, which aims to build feasible proposals that can be implemented in the first 100 days after the presidential, subnational, and National Congress elections.
For this conversation, Larissa Tukano, from the Federation of Indigenous Organizations of Rio Negro (Foirn); Denis Minev, from Bemol; Dr. Érika Pellegrino (UFPA/Altamira); and Eugenio Scannavino Neto, from the Saúde e Alegria project. During the event, a virtual gallery of artists from the Amazon was launched, who through their works help the Concertação build and humanize debates, expanding the imaginary about the various Amazons. With the theme “Cycles for Tomorrow”, the exhibition brings the vision of 16 artists who dedicate themselves and fight for the ground they inhabit. Renata Piazzon, director of the Arapyaú Institute and executive secretary of the Concertação, recalled the pillars of the network’s performance, which today has more than 500 leaders from the most varied sectors. Non-partisan, the initiative has been consolidating itself as a hub of knowledge and encounter in the Amazon.
Foto geral do Encontro

Saúde

“A saúde é básica para a preservação da floresta”.

sanitary doctor from the Saúde e Alegria Project took to the debate examples of problems and solutions experienced in the Amazon, such as the difficulties posed by the immensity of the territory, the inequality of care structures, the viability of primary care – which proved to be very effective for the specific conditions of the region -, and the relevance of telemedicine in a territory with these characteristics. For him, the bottleneck is in public management and in the qualification of these actors. “The Amazon region has health specificities and indicators that are lower than the national ones”, he explains. He argues that relatively simple and inexpensive measures aimed at primary care would be able to relieve hospitals, such as supplying UBSs (Basic Health Units) with basic equipment, implementing telemedicine and adopting prevention and sanitation policies.
Eugenio Scannavino Neto

“A conexão entre economia e saúde é necessária”.

The professor of medicine at UFPA de Altamira defended as priorities the strengthening of planning and management, investment in connectivity and telemedicine, the formulation of a human resources policy capable of training and retaining professionals, and the use of other sources of funding in addition to the area specific. Érika explained that the issue of health is closely related to issues addressed by bodies in other areas, such as the Ministry of Citizenship and bodies focused on infrastructure (sanitation, education, etc.), which can be accessed for the purpose of financing health actions, as long as managers are more prepared.
Érika Pellegrino

Premissas da Concertação para a Saúde

Para fechar esta parte do debate, Lívia Pagotto, gerente de conhecimento do Instituto Arapyaú, apresentou indicadores de saúde da Amazônia Legal e um resumo de caminhos possíveis nesta frente, tais como:

  • o fortalecimento da atenção básica em áreas remotas e das capacidades institucionais, com governança adaptada ao território amazônico (SUS adaptado);
  • acesso a dados e ampliação de capacidades analíticas (governos federal, estaduais e municipais);
  • abordagem de saúde planetária: conexão entre saúde/pandemias/conservação da floresta;
  • infraestrutura e logística partilhadas para a entrega de políticas estruturantes;
  • estabelecimento da Amazônia como território de prática para universidades e centros de pesquisa.
Lívia Pagotto

ECONOMIA

“A Amazônia é um imenso patrimônio cientifico da humanidade”.

No bloco de debate sobre economia, o empresário e presidente da Bemol ressaltou que a Amazônia não é um problema ambiental a ser resolvido, e sim uma região imensa, com diversidades internas de todos os tipos e que não deve ser abordada sem uma “visão” de prosperidade. Ele lembrou que a ciência brasileira não está voltada para o patrimônio ambiental da Amazônia, onde faltam profissionais, equipamentos e financiamento para pesquisa. Para ele, é possível reinventar o Brasil a partir da Amazônia.

Denis Minev

“Falta diálogo entre o governo e os povos indígenas”.

A líder indígena da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn), entidade que reúne 23 povos indígenas, relatou o trabalho das artesãs indígenas, destacando sua cadeia produtiva sustentável e a dificuldade de compreensão dessa realidade no relacionamento com o mercado. Ela explicou que não se trata de uma produção empresarial, mas de um empreendimento comunitário, que tem seu próprio ritmo e entrega não só os produtos e serviços que vende, mas a floresta em pé, ao mesmo tempo em que preserva tradições, resistência e luta. Para ela, falta diálogo entre governo e empresas com os povos indígenas, que muitas vezes são vistos como objeto de pesquisa e seres do passado.

Premissas da Concertação para a Economia

Novamente, Lívia Pagotto apresentou as propostas que vêm sendo discutidas no âmbito da rede para este tema:
  • mosaico de atividades econômicas de acordo com as paisagens: bioeconomias, economia da conservação, economia campo-cidade, economia urbana;
  • coordenação inter e intrarregional;
  • inclusão do informal no mercado de trabalho;
  • mobilização de fontes de recursos diversificadas, com a maior mobilização possível de capital paciente no curto prazo;
  • revisão tributária e de incentivos, considerando conservação, clima e biodiversidade;
  • acesso a crédito e a mercados;
  • equilíbrio entre as commodities;
  • aprimoramento da governança e incentivos.
 

Lugar de fala

“Se a gente não cuidar das pessoas que cuidam da Amazônia, não avançaremos”

Presente no debate, um dos pontos altos do encontro foi a participação de Vanda Ortega Witoto, liderança indígena, professora e técnica de enfermagem no Parque das Tribos, em Manaus, e também da líder indígena Samela Sateré Mawé. “O olhar do mundo para a Amazônia só existe via satélite. O que acontece aqui embaixo, ninguém vê”, disse Vanda durante seu depoimento, que emocionou a todos. Samela ressaltou que “quando a gente pensa em Amazônia, temos que pensar nos povos em toda a sua pluralidade”, e completou: “a gente tem que pensar a Amazônia como uma mulher indígena, e as pessoas como sementes e frutos. Não tem como diferenciar o corpo do território, nós nos entendemos como extensão do território”.
Vanda Witoto

Além da ênfase dada às questões relacionadas aos direitos dos povos indígenas e à temática da saúde, ambas convergiram nas suas reivindicações: os povos originários não pedem obras, investimentos ou bens materiais; eles querem ser ouvidos e fazer parte da construção de soluções para o território. Nas palavras de Samela, “nada para nós, sem nós”!

Samela Sateré Mawé
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