O processo de urbanização do território amazônico tem sido apreendido de forma inadequada e incompleta nas agendas globais para a sustentabilidade urbana. Isso mostra a deficiência dos aparatos técnico operacionais dessas agendas como ferramentas avaliativas, no contexto de um urbano gerado e consolidado em um ambiente de complexidade e diversidade socioambiental. Este artigo procura contribuir para esse debate e contempla cinco dimensões temáticas relacionadas ao processo de urbanização na Amazônia – socioambiental, econômica, gestão pública, educação e organização social – e sugere estratégias para adaptação de alguns indicadores de sustentabilidade urbana existentes a um contexto socioterritorial específico, a Mesorregião do Marajó, no estado do Pará (Brasil). Para tal, adotam-se os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) como base para discussão e são sugeridas novas métricas para a sustentabilidade urbana. Os resultados foram sistematizados em um quadro síntese de indicadores que podem ajudar a entender a sustentabilidade urbana em um contexto de diversidade e complexidades, destacando a importância da interdisciplinaridade para a compreensão de elementos sutis que ressaltam iniciativas de urbanização que não se adequam ao modelo e narrativa única sobre o que se entende por cidade e pelo fenômeno urbano.