Nos últimos anos, intensificou-se a discussão sobre o potencial da bioeconomia para o desenvolvimento sustentável da Amazônia. As múltiplas visões sobre as trajetórias de desenvolvimento e os tipos de bioeconomia existentes ou com potencial para emergir devem ser compreendidas, assim como os posicionamentos e as expectativas de atores que vivem e/ou atuam na Amazônia. Um entendimento ampliado do que é, e do que pode ser, a bioeconomia no contexto amazônico deve ser o ponto de partida para a atuação relevante de instituições de ciência e tecnologia nos ecossistemas de inovação da região.
Como parte de ação de inteligência coordenada pela Superintendência de Estratégia da Embrapa, o presente estudo teve como objetivo compilar e analisar visões e perspectivas sobre a bioeconomia amazônica, de forma a auxiliar as discussões sobre as estratégias de atuação e o posicionamento da instituição. O documento pretende, ainda, estimular discussões internas e com outros atores para subsidiar a atuação da Embrapa na Amazônia, na forma de um plano estratégico em bioeconomia que aborda estratégias em P&D, transferência de tecnologias e negócios, relacionamentos e apoio a políticas públicas.
A compilação das visões de atores externos à Embrapa foi feita: a) a partir dos documentos consultados, que se encontram referenciados no final deste documento; b) com base na experiência de participação dos autores em eventos e fóruns nacionais e internacionais que discutem o tema bioeconomia na Amazônia; e c) por meio das percepções de especialistas internos e chefes-gerais de Unidades da Embrapa, coletadas mediante consulta remota realizada no âmbito do presente estudo.
Este documento contextualiza brevemente a diversidade territorial e produtiva da Amazônia; identifica os segmentos de atores que estão participando da construção da bioeconomia na região; e busca explorar as diferentes visões e abordagens para a bioeconomia que vêm servindo de referência para o debate na Amazônia. A partir dessas visões, são analisadas as perspectivas da bioeconomia para o desenvolvimento sustentável da Amazônia, em termos de riscos e oportunidades.