Porosidades

A cultura é chave para colocar a Amazônia no centro do Brasil, no centro do imaginário brasileiro. A Amazônia precisa fazer parte das múltiplas identidades que compõem o país. O brasileiro tem que ter orgulho de ser o país da Amazônia. Para isso, é importante integrar diferentes visões e percepções, considerando a diversidade territorial e sociocultural presente neste território. É urgente uma desconstrução de estereótipos e a construção de novos símbolos que revelam as Amazônias em toda a sua complexidade.
A cultura atravessa a Uma Concertação pela Amazônia para encontrar o equilíbrio entre o racional e o sensível. Ela é o meio pelo qual organizamos e damos sentido as nossas ações individuais e em comunidade. É a partir da cultura que modificamos o espaço e construímos territórios. Assim, os modos de fazer, de produzir, de nos relacionarmos, de nos expressarmos e de representarmos o mundo – seja no cotidiano, na arte ou em rituais – são manifestações da cultura.
Não existe relação humana que não seja mediada por elementos culturais. Até mesmo as tomadas de decisão políticas são baseadas em perspectivas culturais. Os territórios e a cultura que os organizam são inseparáveis. Neste sentido, quando buscamos agir nos territórios, devemos nos esforçar para considerar as culturas ali existentes. É a partir delas que encontraremos os sentidos e usos desses espaços por diferentes grupos humanos. Além disso, reconhecer práticas culturais é um caminho indissociável da sustentabilidade. A cultura precisa ser absorvida para além de seu aspecto estético e de entretenimento. Ela também é informação, capaz de sensibilizar e engajar.
Para levar as Amazônias para o Brasil e trazer o Brasil para as Amazônias, a Concertação convida você a visitar esta exposição. “Porosidades” é um mergulho que mostra como equilibramos a racionalidade e a sensibilidade por meio de uma cultura, que tem poros permeáveis, revelam paisagens, pessoas, natureza e sonhos. Juntos, indicam caminhos possíveis para velhos e novos desafios locais. Esta exposição traz um conjunto de nossas peças gráficas dos últimos quatro anos. É uma trajetória marcada por um diálogo constante entre arte e ciência, abrindo um momento de contemplação e reflexão.

Composição: Fernanda Rennó

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